Sabedoria tibetana (Foto da esquerda: de meu Arquivo Pessoal (prato vegano, bife vegetal - faláfel - grão de bico). As duas outras imagens, fiz montagens do Pixabay) |
Quem não?
Poucos são os que não se preocupam nem com uma (contabilidade emocional), nem com a outra (contabilidade financeira). Mas deviam!
Esta nossa última etapa de Vida, mais que qualquer outra, propicia uma avaliação contínua de como andam as nossas emoções, com quem nos 'azedamos', com quem tivemos pouca paciência, com quem fomos intolerantes, com quem brigamos e de quem guardamos ressentimentos.
E quantos abraçamos em cada dia, quantos sorrisos distribuímos, quantas palavras bondosas, gentis, de conforto, espalhamos. E mesmo quantos docinhos, guloseimas, agradinhos ofertamos, pelo puro prazer de dar e doar!
E do quanto nos agradamos, do quanto bem fizemos a nós mesmos.
Sim, tudo isto faz parte da Contabilidade Emocional, válida em qualquer fase da vida jovem-adulto-idoso. Reforça a autoestima, predispõe para novas ações benéficas, potencializa o autoconhecimento.
Quantos se detém nesta contabilidade, equilibrando um balancete diário, preferencialmente com superávit para o Bem estar de si e do(s) outro(s)? #ficaadica!
E as contas 'concretas', as faturas que chegam todo mês, os pagamentos que precisam ser efetuados? Estas também carecem de uma atenção intensa, pois somente assim continuaremos gerindo as nossas despesas e nossos recebimentos. E mesmo que dê vontade de estar sempre presenteando os netos, auxiliando pessoas, melhorando algum aspecto caseiro é preciso comedimento e parcimônia. Não sei se prá você, mas pra mim, meu status financeiro baixou muitíssimo depois que parei de trabalhar e foi preciso uma adaptação que levou um certo tempo.
Hora de 'apertar o cinto', tem de ficar enxuto!
Como diz uma máxima tibetana:
COMA A METADE, ANDE O DOBRO, RIA O TRIPLO!
Já pensou nisto? Está fazendo?
Eu tento.
E quase sempre consigo.
Equilíbrio das Contas 1 - COMA A METADE
Comer frugalmente é mais fácil do que se pensa. É só ter persistência, ir escolhendo os alimentos, tornando-os saudáveis e continuar nesta vibe. Por incrível que pareça, o organismo, viciado há anos, no início grita, depois, gradativamente, vai enjoando das porcarias e acolhendo com prazer frutas, verduras, alimentos caseiros (e não mais industrializados), água, sucos sem açúcar! Aceitando seguir horários para ingerir isto ou aquilo.
Em pouco tempo vai apresentar uma contabilidade emocional e financeira bem mais equilibrada, pois gasta-se menos (financeiramente falando), não se precisa realizar tantas despesas com medicação para o aparato digestivo, doenças de pele, etc.. E, emocionalmente: um organismo que funciona melhor, aumenta a autoestima e reenergiza.Tente!
Equilíbrio das Contas 2 - ANDE O DOBRO
Andar o dobro é, efetivamente um grande desafio! Pessoalmente, tenho uma machucadura de mais de 25 anos no pé direito, agravada por uma torção no tornozelo e andar faz sempre doer um tanto. Mas, adoro andar! Sempre gostei!
No antigo Ginásio (hoje Ensino Médio), fui campeã feminina de corrida. Adoro andar. Adoro correr (mas já não posso). Por isso, coloco vários band-aids nos pontos onde roça no tênis, fico sem meias e, praticamente todos os dias, saio a caminhar.
Um médico declarou que o ideal são dez mil passos por dia! Consigo, dia sim, dia não, uns 6.000 passos. Contei alguns trajetos específicos, que procuro sempre fazer de novo, e contabilizo a ida e a volta. Sinto-me MUITO bem quando consigo caminhar meus 6.000 passos! Mesmo os 1.500 são comemorados!
No verão, prefiro os finais de tarde, pois geralmente tem um ventinho bem gostoso e aproveito para receber o que chamo de "banho de vento"! Maravilha!
Ver as novas paisagens velhas revigora, mostra o movimento dos outros, a agitação, o frenesi e a certeza de que já ultrapassamos isto e agora, é ver a vida com outros olhos, mais de observação e agradecimento!
No inverno, ou nos dias chuvosos, o conselho do médico é ficar em pé e andar no mesmo lugar. Em princípio achei meio sem graça, estranho mesmo. Nunca tive paciência para a esteira, que acabei doando. Pensei que não fosse me adaptar com "andar no mesmo lugar". Comentando com um de meus netos, ele disse: "Mas é assim que os soldados fazem todas as manhãs, no aquecimento". Verdade!
E para os que não conseguem mais andar, vale ficar deitado e tentar "pedalar", colocando as pernas para o alto, alternando, como se pedalasse.
E para os que estão bem mais impossibilitados, que Deus ajude para que tenham alguém que lhes faça massagem, pra fazer a circulação melhorar.
Tudo dá mais ânimo, sente-se a vida pulsando, literalmente, e este movimento sanguíneo, muscular e nervoso fornece um equilíbrio, novamente, entre o emocional (sentimo-nos vivos e mais animados) e financeiro (menos medicação para circulação, artrite, artrose, cefaléia, etc..).
Equilíbrio das Contas 3 - RIA O TRIPLO
Rir mais, rir o triplo, este, pareceu-me ser, em princípio, o maior desafio!
Como assim, ficar rindo, se as lembranças, coisas do passado, situações que já foram e, principalmente, tantas pessoas que já partiram e com quem gostaríamos de ainda conviver, conversar, rever, estão aí com frequência? E a solidão de tantos? E a pouca paciência de alguns afetos que queremos tanto?
Escrevo estas linhas e meu coração aperta, os olhos lacrimejam, lembrando de tantos velhinhos que vi imersos em grande tristeza!
Felizmente não passo por uma situação assim!!!
Hora de reflexão, novamente! Como gostaria que muitos entendessem isto com o coração!
São tantas as situações. Muitas vezes, "apenas" corações endurecidos mesmo. Nossa sociedade tem, por tradição, desprezar o velho, como se descartável fosse. "Ultrapassado", "sem serventia", "já era", são algumas expressões usadas.
Entretanto, também existem aquelas situações em que o [agora] idoso, quando mais jovem, geralmente pai (ou mãe), foi um adulto muito severo, muito autoritário, mandão, muitas vezes criticando asperamente na frente dos outros, xingando, desdenhando, humilhando, batendo... Que lástima! Como esperar que seja bem tratado no futuro? (Trato mais deste cenário aqui)
Tudo são Ciclos e não somos nós os atores, nem os fazedores, nem os controladores. As coisas são como são e o melhor que fazemos é aceitar. Ponto. Pronto! E olhar ao redor e ver QUANTAS pessoas queridas estão a nosso lado (independentemente da quantidade) e constatar que cada coração pode distribuir simpatia e bondade.
Tive uma fase, logo após muitas perdas bastante sofridas, até mesmo algumas bem violentas, em que me era difícil sorrir. Nem quando me mostravam algo engraçado, eu conseguia. Foram alguns (felizmente poucos) anos de minha vida que desperdicei neste modus vivendi. Simplesmente não conseguia sorrir, imersa no sofrimento.
Como tudo são Ciclos, em determinado dia lembrei de um neurologista que sempre respeitei muito que aconselhava "Sempre que cair em depressão, repita para que seu cérebro ouça, sempre que puder: E quando esta tristeza passar, o que eu vou fazer?" Isto faz com que o cérebro, o lado intelectual, mental, vá construindo algum plano, ou alguns planos, que temos a condição de rejeitar, mas que, em determinado momento, podem indicar a vontade de realizar uma nova ação e, assim, romper a teia do desalento.
E, quando comecei a migrar para uma nova etapa de vida, trazendo, sim, toda a bagagem vivida, mas sentindo oxigênio novo e limpo nos pulmões, no cérebro, em todo o organismo, decidi que minha feição diária iria mudar. Ao invés de um rosto contrito, iria deixá-lo ameno, quase sorridente e, sempre que possível, iria sorrir mesmo. Gargalhar, sempre que desse.
Assim, também é mais fácil do que se pensa! E equilibra especialmente o cérebro que se cansa tanto de organizar e reorganizar tragédias e azedumes e quer muito uma válvula de escape pra poder expandir!!!
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Fica a dica: COMA A METADE, ANDE O DOBRO, RIA O TRIPLO!
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Marise Jalowitzki é mãe, avó, sogra, irmã, tia, filha, neta, amiga, cidadã.Também é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas.Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano. Querendo, veja aqui
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